quarta-feira, 26 de maio de 2010

Meu look para o Concurso LYCRA® Future Desgners



A inspiração para a criação deste look partiu da minha observação das mulheres nordestinas, que são delicadas e ao mesmo tempo fortes, assim como o denim, que é robusto e resistente, mas pode ser suave, pela sua cor, o azul, que nos traz a delicadeza e a feminilidade à mente.
O shape é moderno e feminino, num vestido com traços de uma deusa grega e da flor tulipa, que com a densidade do jeans fica estruturado e contemporâneo, vestindo bem uma mulher moderna para várias ocasiões.

domingo, 16 de maio de 2010

Eu etiqueta

Em minha calça está grudado um nome

Que não é meu de batismo ou de cartório

Um nome... estranho

Meu blusão traz lembrete de bebida

Que jamais pus na boca, nessa vida,

Em minha camiseta, a marca de cigarro

Que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produtos

Que nunca experimentei

Mas são comunicados a meus pés.

Meu tênis é proclama colorido

De alguma coisa não provada

Por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

Minha gravata e cinto e escova e pente,

Meu copo, minha xícara,

Minha toalha de banho e sabonete,

Meu isso, meu aquilo.

Desde a cabeça ao bico dos sapatos,

São mensagens,

Letras falantes,

Gritos visuais,

Ordens de uso, abuso, reincidências.

Costume, hábito, premência,

Indispensabilidade,

E fazem de mim homem-anúncio itinerante,

Escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É duro andar na moda, ainda que a moda

Seja negar minha identidade,

Trocá-lo por mil, açambarcando

Todas as marcas registradas,

Todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

Eu que antes era e me sabia

Tão diverso de outros, tão mim mesmo,

Ser pensante sentinte e solitário

Com outros seres diversos e conscientes

De sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio

Ora vulgar ora bizarro.

Em língua nacional ou em qualquer língua

(Qualquer, principalmente.)

E nisto me comprazo, tiro glória

De minha anulação.

Não sou - vê lá - anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

Para anunciar, para vender

Em bares festas praias pérgulas piscinas,

E bem à vista exibo esta etiqueta

Global no corpo que desiste

De ser veste e sandália de uma essência

Tão viva, independente,

Que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

meu gosto e capacidade de escolher,

Minhas idiossincrasias tão pessoais,

Tão minhas que no rosto se espelhavam

E cada gesto, cada olhar,

Cada vinco da roupa

Sou gravado de forma universal,

Saio da estamparia, não de casa,

Da vitrine me tiram, recolocam,

Objeto pulsante mas objeto

Que se oferece como signo de outros

Objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

De ser não eu, mar artigo industrial,

Peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome noco é Coisa.

Eu sou a Coisa, coisamente.


(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 15 de maio de 2010

Uma antena parabólica enfiada na lama

Eu e a designer Magda Elisiário já estamos com todo o gás para o Projeto Passarela Feneart deste ano. Nossos looks já foram criados e estão na fase de produção.
O tema escolhido será: Ritmos Pernambucanos, e a Nassau ficou com o Mangue Beat. Para dar um gostinho, dêem uma olhada no nosso briefing de imagens e no release da mini-coleção.



Uma antena parabólica enfiada na lama

A inspiração para estes looks surgiu da nossa visão do Mangue Beat como um movimento genuinamente urbano, que agrega a modernidade com as raízes nordestinas tão presentes e sempre reafirmadas pelo povo pernambucano.
Como pessoas que vieram do Sudeste mas vivem no Nordeste, e amam esta terra, nossa visão desta cultura se expressa através de nossas criações de uma forma um pouco diferenciada, com grande ênfase no aspecto contemporâneo, mesmo tecnológico deste movimento.
A multiculturalidade é a chave que torna o Mangue Beat tão atraente aos olhos e ouvidos, enfim, às mentes dos rapazes e moças moderninhos das metrópoles do país, mangue boys e mangue girls antenados no que acontece no mundo, mas que não deixam suas bases regionais relegadas a um passado esquecido.
Os mestres deste movimento tiraram o pó dos ritmos tradicionais nordestinos como o maracatú, o coco de roda, o caboclinho, o cavalo marinho, dando-lhes um novo frescor, quando misturados ao pop, ao rock, ao rap e à música eletrônica num grande liquidificador chamado Recife. Um mix cultural inesquecível.

Nos looks foram usados elementos divertidos como os grandes óculos quadrados de Chico Science e as ondas vibratórias que saem das parabólicas (antenas parabólicas enfiadas na lama) bordadas em palha bem fininha, dando ideia de movimento e dinamismo.
Vestidos soltinhos com casacos sobrepostos foram utilizados, mas sempre fresquinhos, como pede o nosso clima, todos em algodão para que o conforto seja a prioridade.
O cinza aparece simbolizando o asfalto das metrópoles e a própria tecnologia, enquanto que o vermelho coral nos traz a energia e a vibração, quando mesclado com detalhes em verde realçando o contraste.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Super evento de noivas na Nassau

Ontem no campus CST da Faculdade Maurício de Nassau, houve um evento super charmoso sobre noivas, com 3 palestras incríveis, exposições de vestidos do estilista pernambucano Melk Z-Da na Vitrine Nassau, e um pocket desfile com dois vestidos criados pelas alunas de Design de Moda da faculdade usando materiais recicláveis como o pet e sacos plásticos. Tudo regado a prosecco e bolos especiais.